terça-feira, 20 de abril de 2010

A Avelóz, árvore encontrada no nordeste brasileiro, poderá virar remédio no combate ao câncer de mama

Em vez de folhas, ramos que se entrelaçam e inspiram vários nomes populares:árvore lápis,pau pelado,dedinho,labirinto. Mas, Avelóz é o mais conhecido.A espécie teve origem na África e se deu bem em várias regiões de clima tropical.A aveloz é uma árvore de porte médio que se adaptou muito bem ao clima do nordeste, em São Paulo é mais difícil de ser vista. Mas, a ação terapêutica da planta é uma velha conhecida da cultura popular.Dos ramos sai uma seiva branca , uma espécie de látex , que pode até queimar a pele.É muito tóxico, mas é à partir desta seiva que começa uma história, que se der certo, vai terminar nas prateleiras das farmácias.O látex da planta é usado há muito tempo pela medicina popular para tratar alguns tipos de câncer. Entrevista com Luiz Francisco Pianowski farmacêutico:
"De todos os produtos que eu trabalhei, que já estão no mercado e que eram derivados de plantas, todos eles vieram de conhecimento popular."
Luiz Francisco Pianowsky dirige este laboratório de pesquisa e desenvovimento farmacéutico que já colocou no mercado cerca de treze medicamentos derivados de plantas.Agora é a aveloz que ocupa as bancadas do laboratório. O primeiro composto desenvolvido a partir da Avelóz foi batizado de am 10. Nos testes feitos em laboratório ele revelou ação analgésica ,antiinflamatória e também agiu diretamente em células com câncer.
Entrevista com Luiz Francisco Pianowski farmacêutico:
"Nós fizemos testes mostrando a ação citotóxica ,ou seja, destróem as celulas cancerígenas, linhagens então de mama, leucemia prostata e pulmão.Mas precisamos de uma avaliação científica com humanos"
O estudo com pacientes começou em 2008 sob a supervisão do médico Auro Del Giglio, coordenador do programa de oncologia do hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo.
Entrevista com Dr.Auro Del Giglio-oncologista Hospital Albert Einstein:
"Esse estudo envolveu seis pacientes, nós tivemos só uma estabilização, cinco pacientes não responderam.Mas,no primeiro nível da droga, no nível que utilizamos, nós já conseguimos ver algumas toxicidades desta droga de tal modo que paramos o aumento das doses que estava previsto.Nós acreditamos através de dados pré clínicos que essa droga estimule a morte celular programada das células tumorais."
O médico informou que a chamada fase dois do estudo ainda não começou .
Entrevista com Luiz Francisco Pianowski farmacêutico:
"Este é um momento muito importante para a ciência brasileira, porque há uma grande expectativa que na biodiversidade que nós temos,muitas drogas novas possam surgir, muitos pacientes possam se beneficiar, só que esse processo tem que acontecer dentro de parâmetros científicos bem determinados. Então,eu recomendo cautela, aguardar, paciência, porque a ciência evolui desta forma."

Nenhum comentário:

Postar um comentário